Nos finais do século V a.C., depois do auge da filosofia, da oratória, e da prosa, o destino e a veracidade dos mitos se tornaram incertos e as genealogias mitológicas deram lugar a uma nova concepção da origem das coisas, sendo que essa concepção tinha como prioridade a exclusão do supernatural. Certos filósofos radicais, como Xenófanes, começaram no século VI a. C. a rotular os textos dos poetas como blasfêmias: Xenófones queixava-se de que Homero e Hesíodo atribuíam aos deuses "tudo o que é vergonhoso e escandaloso entre os homens, pois os deuses roubam, matam, cometem adultério, e enganam uns aos outros".
Meleto, um dos acusadores, havia argumentado que Sócrates, após ficar preso a ferros durante 30 dias, morreu num método de veneno da prisão da época. Todavia, Platão não cuidou de separar si mesmo e sua sociedade da influência dos mitos: sua própria caracterização de Sócrates é baseada nos patronos tradicionais trágicos e homéricos, usados pelo filósofo para louvar o curso de vida do seu mestre. Mas mesmo assim os mitos continuaram influenciando a poesia, a pintura e a escultura grega.
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